Vivemos, na atualidade, inúmeros desafios em relação a saúde mental. Sabemos que o cultivo da criatividade tem se apresentado com um fator importante nesse processo e, por isso, amplamente desejado e almejado em todos os âmbitos: corporativos, acadêmicos, sociais, comerciais, políticos, familiares e espirituais. O investimento em ações que se utilizam de ferramentas expressivas cresceu exponencialmente, reafirmando a força do trabalho com recursos artísticos nos mais diversos contextos terapêuticos.
A Arteterapia rompe os limites da clínica psicológica tradicionalmente conhecida, ampliando as possibilidades de cuidado terapêutico pela via da experiência estética e imaginal, alimentando os potenciais vitais promotores de saúde. Isso é feito apostando nessa artesania sensível feita junto as materialidades artísticas e as imagens psíquicas.
Após a pandemia 2020, vimos proliferar atividades que fazem uso da arte em sua função expressiva e reguladora, o que incrementou a relevância social desta. Todavia, para que possamos potencializar esses efeitos, é importante conhecer os fundamentos e os métodos interventivos da ARTETERAPIA; esse fascinante campo de saber, que se funda numa intersecção entre os saberes psicológicos e as artes.
A Arteterapia ganhou, há pouco tempo no Brasil, o status de ocupação, constando no Cátálogo Brasileiro de Ocupações (CBO) e tem seus parâmetros reguardados por um Colegiado de Associações espalhadas por grande parte do território nacional, denominada União Brasileira de Associações de Arteterapia – UBAAT. É esse colegiado que estipula como necessário ter até 560 horas: até 400 horas teórico-vivenciais + 60 horas de supervisão + 100 horas de estágio para as formações e/ou pós-graduações de Arteterapia no nosso país.
Com base nos parâmetros acima descritos, a FORMAÇÃO ENTREARTES EM ARTETERAPIA incentiva atividades complementares, que são valiosas para a qualificação final, a saber: experiência do aluno em atelier artístico e/ou expressivo, acompanhamento psicoterapêutico durante o estágio e participação na Jornada de Arteterapia, que acontece no fechamento de cada turma.
Tais provocações são base do nosso compromisso com a vida criadora, abertura às multiplicidade de saberes-fazeres alinhados com o bem-viver. A ação criadora, nessa perspectiva formativa, inspira o brotamento de práticas em arteterapia mais implicadas com a ampliação da autonomia dos sujeitos para se conduzirem na vida e, também, subverterem o empobrecimento e a mortificação que assola a vida social.
Vamos conhecer, de modo teórico-prático, como o caminho do imaginário ( via C. G. Jung, James Hillman e Bachelard e outros) pode funcionar como campo vivo para a experimentação de processos criativos e, como isso se articula aos processos de criação nas artes e na ciência. Tudo isso sendo atravessado pelo pensamento filosófico de Espinosa e Deleuze, em conversa com as obras e processos que subverteram e marcaram a vida cultural e subjetiva, como Van Gogh, Lygia Clark, Clarice Lispector, Manoel de Barros; incorporando também a produção de artistas-pensadores importantes para compreender o nosso tempo como a sergipana, Beatriz Nascimento.
Assim, temos a confiança de que formamos arteterapeutas capazes de fazer bom uso do tripé: fundamentação teórico-experiencial, intimidade com o próprio processo criativo por meio das imagens e a prática arteterapêutica supervisionada; viabilizando a integração entre a dimensão estética (sentir) , ética (pensar) e política (agir) do viver .
Portadores de diploma do ensino superior, provenientes de instituições públicas ou privadas, preferencialmente atuantes nas áreas das humanidades, educação e saúde, oferecendo formação suplementar para o trabalho arteterapêutico e a ampliação do olhar para o cuidado ampliado em saúde.